segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Vozes Para Gorz



Tudo o que tocamos se desfaz. Depois, fica o vício da decomposição.

Que falta me faz teu riso alto, obsceno. Quase apagava a luz, o tédio, os carros na rua: uma dança sobre a miséria; sobre a ausência de deus. Nele morava o rosto eterno da vida.

O que restará de ti depois que eu morrer? 

Nada. Como o nada que é meu corpo emoldurando o tempo.
Que os grandes momentos de nossa vida possam nos acudir na hora da nossa morte.


domingo, 13 de setembro de 2015

JUNTOS NA MORTE



Príncipe Rodolfo e Maria Vetsera: cartas revelam que quiseram morrer juntos.

As cartas agora descobertas parecem vir reforçar a teoria que defende que os dois amantes morreram na sequência de um homicídio-suicídio previamente acordado (Rodolfo teria matado Maria Vetsera com um tiro na cabeça antes de virar a arma para si próprio), como argumentam boa parte dos historiadores que estudaram o Incidente de Mayerling, mas é preciso que os especialistas as estudem a fundo antes de tirar conclusões definitivas.


“Querida mãe / Por favor perdoa-me o que fiz / Não consegui resistir ao amor”, escreve a jovem baronesa, pouco antes de morrer. “De acordo com o amor, quero ser enterrada junto a ele no Cemitério de Alland /Sou mais feliz na morte do que na vida.”

A carta estava no cofre de um banco de Viena, dentro de uma pasta de cabedal com fotografias e outros documentos da família Vetsera ali depositada desde 1926, anunciou recentemente a Biblioteca Nacional da Áustria, que classifica como “sensacional” a descoberta das cartas de despedida da jovem amante do herdeiro do império austro-húngaro (para além da que dirige à mãe, escreve também ao irmão, Feri, e à irmã, Hanna).

É grande o entusiasmo à volta destas cartas, cuja existência era conhecida dos historiadores mas que se julgava terem sido destruídas depois da morte da mãe de Maria Vetsera, admitem os responsáveis da biblioteca. Depois de cuidadosamente analisados, os três documentos vão integrar a exposição que a biblioteca vai dedicar ao imperador Francisco José I em 2016, quando passarem 100 anos sobre a sua morte.

“Não consegui rever-te”, escreve Maria Vetsera ao irmão. “Vive bem. Tomarei conta de ti do outro lado porque te amo muito.” Na carta a Hanna, a irmã, é ainda mais clara: “Várias horas antes da minha morte quero dizer-te adeus. Entramos felizes no desconhecido.”

Depois da morte de Rodolfo da Áustria, o seu pai mandou transformar o pavilhão de caça num convento, hoje entregue à ordem das Carmelitas Descalças. No site desta casa religiosa, que recebe muitos visitantes por causa do príncipe e de Maria Vetsera, explica-se que o casal foi ali encontrado morto em circunstâncias que ainda permanecem pouco claras e que a igreja foi construída no espaço onde antes estava o quarto do herdeiro, ocupando o altar o local exacto da cama em que os corpos dos dois amantes foram encontrados naquela manhã de 30 de Janeiro.

A morte do herdeiro só foi anunciada depois do corpo da baronesa, devidamente vestido e penteado para esconder o buraco que a bala deixara, ter sido sepultado num cemitério próximo. Primeiro, os registos oficiais atribuíram a morte do príncipe a um ataque cardíaco, depois, a um acidente. Só mais tarde, o próprio imperador admitiu que o filho se suicidara num momento de loucura, sem nunca falar de Maria Vetsera.
Até o fim da vida, Francisco José da Áustria manteve silêncio sobre o que acontecera em Mayerling, dizendo apenas que “a verdade é muito pior que todas as versões”.

Matéria completa: http://publico.uol.com.br/…/eles-quiseram-morrer-juntos-diz…
Dica: Ismael Caneppele